Pedra Moirinha
Pedra Moirinha | |
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Fotografia do Menir da Pedra Moirinha, em Junho de 2024 | |
Informações gerais | |
Tipo | Menir |
Construção | Neo-Calcolítico |
Património Nacional | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público |
Ano | 1970 |
DGPC | 17266211 |
SIPA | 1292 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localidade | Portimão |
Coordenadas | Coordenadas: 37° 08' 41.6" N 8° 33' 12.0" O |
Localização do sítio em mapa dinâmico |
A Pedra Moirinha é um monumento megalítico situado nas imediações da cidade de Portimão, na região do Algarve, em Portugal.
História e descrição
O menir é formado por sienito nefelínico, com origem na Serra de Monchique, situada a cerca de vinte quilómetros de distância.[1] O investigador Carlos Teixeira integrou o menir na categoria de pedra talha, encontrada nos monumentos megalíticos na região de Évora.[1] Apresenta provas de ter sido trabalhado, de forma muito rudimentar.[2] Quando foi identificado, encontrava-se isolado, sobre um afloramento de calcário miocénico.[3]
Situa-se na Rua da Pedra, na área do Alfarrobal,[4] a Noroeste da cidade de Portimão,[5] e nas imediações da Estrada Nacional 124[2] e da linha férrea do Algarve.[6]
Devido à grande distância entre Portimão e Monchique, o seu transporte terá exigido um considerável esforço para os meios disponíveis às povoações pré-históricas, tendo Carlos Teixeira avançado a teoria que terá sido deslocado como parte de um esforço de grupo, método que então era habitual nos trabalhos de interesse comum.[1] Uma teoria alternativa foi apresentada pelo Dr. Manuel Bentes durante um conjunto de conferências sobre o monumento em 1969, organizadas pelo grupo dos Rotários de Portimão, onde afirmou que não era um monumento megalítico, mas um penedo que tinha sido levado desde a serra de Monchique devido ao efeito de glaciares.[1] Manuel Bentes sustentou esta teoria com a presença de vários depósitos detríticos no Barlavento, que segundo a sua interpretação teriam sido formadas por glaciares, apesar de já então se saber que as glaciações quaternárias não tinham chegado à região, tendo o ponto mais meridional que atingiram no território português sido a Serra da Estrela.[7][8] Esta opinião foi duramente criticada por Carlos Teixeira, que colocou em causa as qualificações do médico em termos de geologia,[1] tendo então explicado que na região não existiam quaisquer vestígios de glaciações, nem depósitos de origem torrencial.[9]
O menir data provavelmente do período neo-calcolítico,[2] apesar da sua denominação, que terá advindo do costume de considerar os monumentos mais antigos como de origem islâmica, tendo figurado em várias lendas populares.[3] Terá sido pela primeira vez estudado pelo Dr. António Rebello da Silva, que alertou a comunicação social da sua presença.[3] Foi depois investigado por Carlos Teixeira, que tinha sido informado pelo Dr. Rodrigo Boto da existência do menir.[3] Carlos Teixeira fez várias diligências para o estudar a fundo e proteger, a primeira ainda antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, junto da Câmara Municipal de Portimão, embora sucesso.[1] Um artigo publicado no jornal Correio do Sul em 6 de Fevereiro de 1969 que o menir fosse protegido como Imóvel de Interesse Público,[9] tendo sido oficialmente classificado pelo Ministério da Educação Nacional em 1970.[6] Já no período democrático, escreveu ao Ministro do Comércio, que lhe concedeu dois funcionários da Direcção-Geral de Turismo, além de um subsídio à autarquia para a construção de um monumento integrando o menir, com uma placa informativa.[1] Porém, Carlos Teixeira criticou o monumento, uma vez que foi concebido de forma a deixar o menir deitado, tendo avançado com uma nova proposta onde ficaria de pé, considerando que era uma configuração mais comum para elementos daquele tipo.[1] O monumento acabou por não ser construído, e o menir foi entretanto mudado devido a obras numa vivenda, processo que levou à sua mutilação numa das pontas.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i TEIXEIRA, Carlos (17 de Maio de 1979). «A Câmara de Portimão e a protecção do património cultural do concelho: a Pedra Moirinha» (PDF). Correio do Sul. Ano LX (3035). Faro. p. 1, 3-4. Consultado em 9 de Maio de 2024 – via Hemeroteca Digital do Algarve
- ↑ a b c «Pedra Moirinha». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 8 de Maio de 2024
- ↑ a b c d TEIXEIRA, Carlos (8 de Dezembro de 1966). «A Pedra Moirinha de Portimão» (PDF). Correio do Sul. Ano XLVIII (2533). Faro. p. 1-4. Consultado em 9 de Maio de 2024 – via Hemeroteca Digital do Algarve
- ↑ NETO, João (1991). «Pedra Moirinha na Rua da Pedra». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 8 de Maio de 2024
- ↑ ««Pedra Moirinha»». Património Imóvel. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 8 de Maio de 2024
- ↑ a b PORTUGAL. Decreto n.º 251/70, de 3 de Junho. Ministério da Educação Nacional - Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes. Publicado no Diário do Governo n.º 129, Série I, de 3 de Junho de 1970.
- ↑ «A famosa «Pedra Moirinha» nos arredores de Portimão foi o tema principal de uma reunião do R. C. P.» (PDF). Correio do Sul. Ano 50 (2644). Faro. 20 de Fevereiro de 1969. p. 1-4. Consultado em 10 de Maio de 2024 – via Hemeroteca Digital do Algarve
- ↑ «Rotary C. Portimão» (PDF). Correio do Sul. Ano 43 (2152). Portimão. 12 de Fevereiro de 1969. p. 4. Consultado em 11 de Maio de 2024 – via Hemeroteca Digital do Algarve
- ↑ a b «A famosa «Pedra Moirinha» nos arredores de Portimão» (PDF). Correio do Sul. Ano 50 (2642). Faro. 6 de Fevereiro de 1969. p. 1-4. Consultado em 10 de Maio de 2024 – via Hemeroteca Digital do Algarve
Ligações externas
- «Pedra Moirinha» na base de dados Ulysses da Direção-Geral do Património Cultural
- Pedra Moirinha na Rua da Pedra na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural
- Pedra Moirinha na base de dados Portal do Arqueólogo da Direção-Geral do Património Cultural
Ver também
- Portal da arqueologia
- Portal de Portugal
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