Lista de operações militares da Guerra do Ultramar
Segue-se uma lista de operações militares e batalhas ocorridas no período da Guerra do Ultramar.
Angola
Operação Viriato
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 10 de Julho de 1961
- Local
- Nambuangongo, Angola
- Unidades
-
- Esquadrão de Cavalaria Nº 149
- Batalhão de Caçadores Nº 114
- Batalhão de Caçadores Nº 96
- Companhia de Sapadores Nº 123
- Missão
- «Reduzir os bandos rebeldes e interditar a sua passagem para sul e para este, tendo especial atenção à área de Nambuangongo-Quipedro»;
- «Manter a posse das principais regiões ou centros; Assegurar a liberdade de movimentos, em especial nos eixos Caxito-Úcua-Quitexe, Caxito-Nambuangongo e Ambriz-Nambuangongo-Quitexe»;
- «Reagrupar, proteger e orientar a instalação das populações»;
- «Exercer acção psicosocial».
Rota Agostinho Neto
- Forças armadas
- MPLA
- Período
- Local
- Leste de Angola
- Unidades
- Missão
- Provavelmente ligar a sua 3ª Região Militar, o Leste, à sua 1ª Região Militar, o Norte.
Guiné-Bissau
Operação Tridente
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 15 de Janeiro de 1964-24 de Março de 1964
- Local
- Como, Guiné-Bissau
- Unidades
-
- Agrupamento A:
- Companhia de Cavalaria Nº 487
- Destacamento de Fuzileiros Especiais Nº 1
- Agrupamento B
- Companhia de Cavalaria Nº 488
- Destacamento de Fuzileiros Especiais Nº 8
- Agrupamento C
- Companhia de Cavalaria Nº 489
- Agrupamento D
- Destacamento de Fuzileiros Especiais Nº 2
- Outras Forças de Superfície
- 1 x Pelotão de Caçadores Páraquedistas
- 1 x Grupo de Comandos
- Pelotão de Morteiros do Batalhão de Caçadores Nº 600)
- 1 x pelotão de artilharia de 88 mm
- carregadores indígenas e guias fulas
- Forças Navais
- Fragata NRP Nuno Tristão
- Lanchas de Fiscalização e de Desembarque da Esquadrilha de Lanchas da Guiné
- Forças Aéreas
- Aviões F-86 e T-6
- Helicópteros Alouette II
Total de efectivos: ~1150 homens
- Missão
- Destruir as forças inimigas instaladas e assegurar o controlo da região de Como: ilha de Caiar, ilha de Como e ilha de Catungo.
Operação Grifo
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- Abril de 1966
- Local
- Corredor de Guileje, Guiné-Bissau
- Unidades
- Batalhão de Caçadores Páraquedistas Nº 12
- Missão
- Emboscada a uma coluna de guerrilheiros.
Operação Ciclone II
- Forças Armadas
- Portugal
- Período
- 25 de Fevereiro de 1968
- Local
- Cafal-Cafine
- Unidades
- Batalhão de Caçadores Páraquedistas nº12
- Helicópteros Alouette III
- Missão
- Heli-assalto a um Bigrupo do PAIGC
Operação Vulcano
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 7 de Março de 1969
- Local
- Guiné-Bissau
- Unidades
- Missão
- Ataque a uma base de guerrilheiros.
Operação Gata Pequena
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- Junho de 1969
- Local
- Região de Caboiana-Churo, Guiné-Bissau
- Unidades
- Missão
- Reforçar a acção do agrupamento operacional na região da Caboiana-Churo, mediante acções irradiantes do rio Cacheu, para obter informações sobre a organização inimiga e impedir a passagem de guerrilheiros vindos do Senegal e sua instalação na área.
Ataque a Buba
- Forças armadas
- PAIGC
- Período
- 16 de Outubro de 1969
- Local
- Buba, Guiné-Bissau
- Unidades
- Missão
Operação Jove
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 16 a 18 de Novembro de 1969
- Local
- Guileje, Guiné-Bissau
- Unidades
-
- Batalhão de Caçadores Pára-Quedistas nº 12
- Missão
- Interceptar uma coluna com material de guerra, na qual viajava Nino Vieira.
Operação Mar Verde
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 20 a 22 de Novembro de 1970
- Local
- Conacri, Guiné-Conacri
- Unidades
- Esquadrilha de Lanchas da Guiné
- Batalhão de Comandos da Guiné
- Destacamentos de Fuzileiros Especiais Nºs 21 e 22 (Africanos)
- Oposicionistas do Regime da Guiné-Conacri
- Missão
- Libertar os militares portugueses prisioneiros em Conacri, destruir as bases e navios do PAIGC e derrubar o regime de Seko Touré
Operação Ametista Real
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 18 de Maio de 1973
- Local
- Guidaje, Guiné-Bissau
- Unidades
- Batalhão de Comandos da Guiné
- Missão
- «Aniquilar ou, no mínimo, desarticular a organização In na região de Guidaje-Bigene».
Moçambique
Operação Águia
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 2 de Julho a 6 de Setembro de 1965
- Local
- Cabo Delgado, Moçambique; epicentro: Mueda
- Unidades
-
- Agrupamento 23: Batalhão de Caçadores 558, Batalhão de Caçadores de Nampula,
- Bateria de artilharia de 88 mm
- Missão
- «realizar uma normadização contínua no tempo e tão vasta quanto possível no espaço» na área entre os rios Rovuma e Messalo;
- «desenvolver uma actividade destinada simultaneamente a exercer uma acção de presença junto das populações, destruir os elementos armados que entre elas se acoitam, destruir instalações caracteristicamente terroristas, furtando assim aos bandos inimigos todo o apoio por parte das populações, comprometidas ou não».
Operação Nó Gordio
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 1970
- Local
- Distrito de Cabo Delgado
- Unidades
- Agrupamento de Assalto A
- 1ª Companhia de Comandos de Moçambique
- 17ª Companhia de Comandos
- 18ª Companhia de Comandos
- 23ª Companhias de Comandos
- Companhia de Caçadores nº 2730
- Grupo Especial 203
- 2 x Pelotões de Morteiros de 81 mm
- Destacamento de Engenharia
- Bataria de Artilharia de 88 mm
- Agrupamento de Assalto B
- 1ª Companhia do Batalhão de Caçadores Páraquedistas nº 31
- 1ª Companhia do Batalhão de Caçadores Páraquedistas nº 32
- 2ª Companhia do Batalhão de Caçadores Páraquedistas nº 32
- Companhia de Caçadores nº 2468
- Companhia de Caçadores nº 2665
- Grupo Especial 205
- 2 x Pelotões de Morteiros de 81 mm
- Destacamento de Engenharia
- Bataria de Artilharia de 88 mm
- Agrupamento de Assalto C
- Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 5
- Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 11
- 2ª Companhia do Batalhão de Caçadores Páraquedistas nº 31
- 21ª Companhia de Comandos
- Companhia de Caçadores nº 2666
- Grupo Especial 201
- Pelotão de Morteiros de 81 mm
- Bataria de Artilharia de 88 mm
- Força de Cerco Norte
- 1ª Companhia do Batalhão de Caçadores nº 15
- Companhia de Artilharia nº 2718
- Companhia de Artilharia nº 2719
- Companhia de Cavalaria nº 2399
- Companhia de Artilharia nº 2400
- Esquadrão de Reconhecimento nº 2
- Força de Cerco Sul
- Companhia de Caçadores nº 2407
- Companhia de Caçadores nº 2408
- Companhia de Artilharia nº 2646
- Companhia de Artilharia nº 2648
- Companhia de Cavalaria nº 2398
- Esquadrão de Reconhecimento nº 1
- Força de Apoio de Combate
- 1ª Companhia do Batalhão de Engenharia nº 2
- Companhia de Engenharia nº 2736
- Apoio Aéreo
- Aeródromo de Manobra nº 51 (base operacional)
- Aviões Do 27 e T-6 (reconhecimento e apoio de fogo)
- Aviões Fiat G-91 (bombardeamento)
- Avião Douglas DC-3 (acção psicológica)
- Helicópteros Alouette III (transporte de manobra e assalto e evacuação sanitária)
Total de Efectivos: +8000 militares
- Missão
- Desarticular a acção da FRELIMO em Cabo Delgado, através de uma grande operação de varredura, cerco e destruição das bases inimigas Moçambique, Gungunhana e Nampula.Esta foi uma das mais importantes operações militares das Forças Armadas Portuguesas no decorrer da Guerra contra os Movimentos de libertação existentes nas então Províncias Ultramarinas.
O Sr. General, Comandante das Forças Portuguesas dirigiu-se a estas identificando a operação como: ”…a mais importante de todas quantas, até hoje, se realizaram em Moçambique. Importante, quanto ao potencial de combate empregado e importante quanto ao objectivo a atingir.” Zona de actuação: Moçambique, Planalto de Mueda Período: 1 de Maio de 1970 e 6 de Agosto de 1970 Objectivos da Operação: - Destroçar o inimigo que, armado, pretende dominar a região; - Libertar as populações escravizadas; - Restabelecer a ordem e a Paz.
Composição das Forças Portuguesas: - 7 Comandos Operacionais; - 7 Companhias de Caçadores; - 4 Companhias de Artilharia; - 3 Companhias de Cavalaria; - 2 Destacamentos de Fuzileiros; - 5 Companhias de Comandos; - 4 Companhias de Pára-quedistas; - 3 Grupos Especiais; - 2 Esquadrões de reconhecimentos; - 1 Companhia de Morteiros médios; - 3 Baterias de Artilharia de Campanha; - 2 Companhias de Engenharia. A Força Aérea colaborou na Operação com ataques ao solo e bombardeamentos (que também ocorreram no decorrer da Operação) no exterior do núcleo central para confundir o inimigo e ainda efectuou missões de: - Reconhecimento aéreo; - Ligação e controlo; - Transporte táctico; - Apoio de fogo; - Evacuação e reabastecimentos. As transmissões foram asseguradas por: - Centro de mensagens junto do COFI; - Centro de cripto; - Central de Rádio; - Redes de comando em HF; - Redes de VHF; - Rede VHF de emergência; - Rede de ligação para apoio aéreo; - Destacamento avançado de manutenção e reabastecimento.
As acções preparatórias da Operação “Nó Górdio” foram executadas durante os meses de Maio e Junho de 1970. Durante a preparação e no decorrer da operação morreram do lado Português 42 pessoas (4 Civis, 1 Capitão, 1 Alferes, 1 Furriel Miliciano, 7 1.ºs Cabos e 28 Soldados) e registaram-se 35 feridos com gravidade. Foram identificadas as seguintes baixas nas forças oponentes, 104 Mortos e 20 Feridos confirmados. As Forças Portuguesas efectuaram cerca de 100 prisões. Foram destruídas 16 viaturas Portuguesas, sendo que 4 eram blindadas. Do material apreendido às forças oponentes, destacam-se 82 granadas de morteiro e diversas minas anti-carro e anti-pessoal. Foram destruídas cerca 10.000 palhotas que constituíam o interior do núcleo central. Apreenderam-se diversos documentos de importância político/militar dos quais se destaca um “processo de averiguações das causas da morte de Mondlane e um projecto para assassinar Lázaro Kavandame. Curiosidade: Alguns aspectos da operação “Nó Górdio” foram acompanhados por uma equipa de televisão alemã. O Chefe dessa equipa entregou ao Comandante do COFI um relógio para entregar ao Militar indígena que mais se destacasse na operação. Foram identificados 26 militares com essas características, mas por ser impossível determinar qual se tinha destacado, o relógio não foi entregue a nenhum soldado, mas sim no Quartel-general da Região Militar de Moçambique. A sua entrega ao militar que mais se destacou, ficou a aguardar uma identificação mais precisa.
Este texto elaborado por Júlio Santos em Jan2008, em memória de todos os que morreram e em homenagem aos que combateram. Por razões de confidencialidade não faz referência à forma “como” decorreu a Operação. Bibliografia: Relatório da “Operação Nó Górdio”
Operação Zeta
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 6 a 11 de Junho de 1969
- Local
- Pântano de Malambuage, Moçambique
- Unidades
- Missão
Desmantelar acampamentos da Frelimo de apoio às bases do planalto dos macondes e sul do rio Messalo; cortar vias de infiltração vindas das bases Nachingwea e Mtwara na Tanzânia.
Operação Abanadela
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- 20 a 30 de Julho de 1970
- Local
- Cahora Bassa, Moçambique
- Unidades
- Missão
- Assegurar a segurança periférica para a construção da barragem de Cahora Bassa.
Operação Penada
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- Abril de 1972
- Local
- fronteiras de Moçambique com a Zâmbia, Malawi e Rodésia
- Unidades
-
- Batalhão de Caçadores Pára-Quedistas 31
- Missão
Operação Marte
- Forças armadas
- Portugal
- Período
- Abril de 1968
- Local
- região do Niassa, Moçambique
- Unidades
-
- 4ª Companhia de Comandos
- Missão
Outras operações
Operação Vendaval
Operação Corvo III
Ligações externas
- Centro de Documentação da Universidade de Coimbra
- Site muito completo sobre a Operação "Mar Verde" executada por Comandos portugueses na Guiné-Conackri
- Compilação de textos e imagens da Guiné
- COELHO, Joaquim; O Despertar dos Combatentes do Ultramar, compilação de textos, testemunhos e mais de 3500 fotos sobre o Ultramar;