Helmiques
Helmiques foi um nobre longobardo que viveu no século VI. Amante da rainha Rosamunda, Helmiques assassinou o seu rei, Alboíno, em 572 na tentativa mal sucedida de ocupar o trono. A rainha apoiou, ou pelo menos não se contrapôs ao plano de Helmiques para matar o rei e após o assassinato, Helmiques casa com ela. O homicídio foi assistido por Peredeu, que segundo algumas fontes, foi quem executou Alboíno.[1] Helmiques é mencionado pela primeira vez pelo cronista contemporâneo Mário de Avenches, contudo o relato mais detalhado sobre a execução do rei foi desenvolvido por Paulo, o Diácono naquela que é considerada a principal obra historiográfica do povo lombardo, Historia gentis Langobardorum do século VIII.[2]
A história do assassinato começou quando Alboíno matou o rei dos Gépidas em 567 conquistando a filha do rei, Rosamunda. Posteriormente, Alboíno leva o seu povo para Itália e em 572 estabelece-se em Verona tornando-se vulnerável às evidentes ambições de outros proeminentes lombardos, como Helmiques que era irmão adoptivo de Alboíno.[3][4] Após a morte de Alboíno, Helmiques tenta alcançar o trono. Apesar de se casar com Rosamunda para legitimar a sua posição enquanto novo rei, os seguidores lombardos opuseram-se por suspeitarem da convivência de Helmiques com os bizantinos. Ao invés de encararem uma guerra, Helmiques, Rosamunda e os seus seguidores fugiram para Ravena, capital da Itália bizantina, onde foram recebidos honrosamente por parte das autoridades.[5][6] Uma vez em Ravena, Rosamunda foi persuadida pelo bizantino e prefeito pretoriano Longino para matar Helmiques, com o propósito de se tornar livre e casar-se com ele. Rosamunda preparou um cálice envenenado para Helmiques, contudo, apercebendo-se do feito da sua esposa, Helmiques obrigou-a a beber também o cálice e então ambos morreram.[7] Depois das suas mortes, Longino enviou Albsuinda e o tesouro de Alboíno para Constantinopla,[8] enquanto que os restantes lombardos tinham já encontrado um novo rei em Clefo.[9]
Referências
Bibliografia
- Ausenda, Giorgio. "The Segmentary Lineage in Contemporary Antropology and Among the Langobards", After Empire: Towards an Ethnology of Europe's Barbarians. Giorgio Ausenda (ed.). Woodbridge: Boydell, 1995 [2003], pp. 15–45. ISBN 0-85115-853-6.
- (em italiano) Bognetti, Gian Piero. "S. Maria Foris Portas di Castelseprio e la Storia Religiosa dei Longobardi", L'età longobarda – II. Milan: Giuffrè, 1948 [1966], pp. 11–511.
- (em italiano) Bognetti, Gian Piero. "I rapporti etico-politici fra Oriente e Occidente dalsecolo V al secolo VIII", L'età longobarda – IV. Milan: Giuffrè, 1955 [1968], pp. 3–65.
- (em italiano) Bracciotti, Annalisa. "Premessa", Origo gentis Langobardorum: introduzione, testo critico, commento. Annalisa Bracciotti (ed.). Rome: Herder, 1998, pp. 1–22. ISBN 88-85876-32-3.
- Bullough, Donald A.. Carolingian Renewal: Sources and Heritage. Manchester: Manchester University Press, 1991, ISBN 0-7190-3354-3.
- (em italiano) Capo, Lidia. "Commento" in Paul the Deacon, Storia dei Longobardi. Lidia Capo (ed.). Milan: Mondadori, 1992, pp. 369–612. ISBN 88-04-33010-4.
- Collins, Roger. Early Medieval Europe 300–1000. London: Macmillan, 1991, ISBN 0-333-36825-8.
- Deliyannis, Deborah Mauskopf. Ravenna in Late Antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 2010, ISBN 978-0-521-83672-2.
- Delogu, Paolo. "Il regno longobardo", Longobardi e Bizantini. Paolo Delogu, André Guillou & Gherardo Ortalli (eds.). Turin: UTET, 1980 [2003], pp. 1–216. ISBN 88-02-03510-5.
- Goffart, Walter. The Narrators of Barbarian History (A.D. 550–800): Jordanes, Gregory of Tours, Bede, and Paul the Deacon. Princeton: Princeton University Press, 1988, ISBN 0-691-05514-9.