Estreitos Turcos
Estreitos Turcos (em turco: Türk Boğazları) é um termo que se refere a dois estreitos no noroeste da Turquia, que ligam o mar de Mármara ao braço egeu do mar Mediterrâneo, de um lado, e ao mar Negro, no outro. São considerados convencionalmente como a fronteira entre os continentes da Europa e Ásia. Os Estreitos Turcos são considerados como estando em águas internacionais, governadas desde 1936 pela Convenção de Montreux.
- O Bósforo (em turco Boğaziçi ou İstanbul Boğazı, "Estreito de Istambul") tem cerca de 30 quilômetros de comprimento e apenas 700 metros de largura, e liga o mar de Mármara com o mar Negro ao norte. O estreito cruza bem no meio a cidade de Istambul, tornando-a uma cidade dividida entre dois continentes, e é cruzado por duas pontes pênseis (a Ponte do Bósforo e a Ponte Fatih Sultan Mehmet).
- O Dardanelos (em turco Çanakkale Boğazı, "Estreito de Çanakkale") tem 68 quilômetros de comprimento e 1,2 quilômetro de largura, e liga o mar de Mármara ao Mediterrâneo ao sudoeste, próximo à cidade de Çanakkale. Também é conhecido como Helesponto, e foi palco de diversos eventos históricos ao longo dos tempos, como a Batalha de Galípoli, durante a Primeira Guerra Mundial.
A "Questão dos Estreitos"
Os estreitos possuem importância estratégica crucial desde os tempos da Guerra de Troia, que foi disputada próximo à entrada do Egeu. Nos últimos dias do Império Otomano, a "Questão dos Estreitos" envolveu diplomatas da Europa e da Turquia.
Pelos termos da Convenção de Londres, assinada em 13 de julho de 1841 entre as Grandes Potências da Europa - Rússia, Reino Unido, França, Áustria e Prússia - a "antiga regra" do Império Otomano foi restabelecida, fechando os Estreitos Turcos a todos os navios de guerra, exceto àqueles dos aliados do sultão, durante períodos de guerra. Isto beneficiou o poder naval britânico, às custas das forças militares russas, que perderam o acesso de sua marinha ao Mediterrâneo.[1]
O tratado foi apenas um de uma série que lidou com o acesso ao Bósforo, ao mar de Mármara e ao Dardanelos; evoluiu a partir do Tratado de Hünkâr İskelesi (Unkiar Skelessi), assinado secretamente em 1833, no qual a Turquia otomana garantia o uso exclusivo dos estreitos às "Potências do mar Negro", isto é, a própria Turquia e a Rússia imperial, em caso de guerra.
O tratado que controla atualmente as relações internacionais nos estreitos ainda é a Convenção de Montreux.
Ver também
Referências
- ↑ Christos L. Rozakis (1987). The Turkish Straits. [S.l.]: Martinus Nijhoff Publishers. pp. 24–25