Câmaras Africanas Extraordinárias

As Câmaras Africanas Extraordinárias (em francês: Chambres Africaines Extraordinaires, CAE) foi um tribunal estabelecido ao abrigo de um acordo entre a União Africana e o Senegal[1] para julgar crimes internacionais cometidos no Chade de 7 de Junho de 1982 a 1 de Dezembro de 1990. Este período corresponde ao regime do ex-presidente do Chade Hissène Habré.[2] As Câmaras Africanas Extraordinárias foram iniciadas em 8 de fevereiro de 2013 em Dakar, Senegal. O magistrado Ciré Aly Bâ foi administrador das Câmaras Africanas Extraordinárias nos tribunais senegaleses.[3]

O ex-presidente chadiano Hissène Habré foi julgado em Dakar a partir de 20 de julho de 2015 a 30 de maio de 2016, quando foi considerado culpado de crimes contra a humanidade, estupro, execuções, escravidão e sequestro. Ele foi sentenciado a prisão perpétua durante uma audiência realizada no Palais de Justice em Dakar. 40.000 pessoas foram assassinadas e milhares torturadas sob seu reinado de terror. Esta é a primeira vez na história que um ex-ditador africano é julgado por um tribunal de outro país africano. [4][5] O julgamento do recurso de 9 de janeiro a 27 de abril de 2017 confirmou esta sentença.[6]

Ver também

  • Comissão da Verdade (Chade)‎

Referências

  1. «Accord entre le gouvernement de la republique du senegal et l'union africaine sur la creation de chambres africaines extraordinaires au sein des juridictions senegalaises» (PDF) (em francês). chambresafricaines.org 
  2. Le procès d’Hissène Habré est ajourné et reprendra le 7 septembre. lemonde.fr, 21 de julho de 2017
  3. «L'administrateur des Chambres Africaines Extraordinaires» (em francês). chambresafricaines.org. Cópia arquivada em 29 Maio 2016 
  4. «Habré guilty as charged». ISS Today. 1 de junho de 2016 
  5. «Condenação histórica de ex-ditador do Chade é celebrada por vítimas». Correio Braziliense. 31 de maio de 2016 
  6. «Prisão perpétua para o ex-Presidente do Chade confirmada». Deutsche Welle. 27 de abril de 2017