Arquitetura neogrega

Portão de Brandemburgo em Berlim, Alemanha.
Edifício da Academia Real Escocesa.

A arquitetura neogrega foi um movimento arquitetural do final do século XVIII e do início do século XIX, predominantemente na Europa e nos Estados Unidos. Um produto do helenismo, pode ser visto como a última fase do desenvolvimento da arquitetura neoclássica. O termo "neogrego" foi utilizado pela primeira vez por Charles Robert Cockerell em uma leitura que ele deu como professor de arquitetura para a Academia Real em 1842.[1]

A redescoberta da arquitectura grega

O conhecimento da arquitectura grega difundiu-se na Europa de forma decisiva apenas por volta de 1750, graças à intensificação das escavações arqueológicas, à redescoberta dos monumentos da Magna Grécia e a publicação de alguns livros como o primeiro volume das Antiguidades de Atenas (1762).[2] Assim, na segunda metade do século XVIII a arquitectura grega, até então considerada primitiva em relação à arquitectura romana, atinge a sua consagração definitiva, graças também aos projectos de Claude-Nicolas Ledoux e outros que utilizaram elementos estilísticos retirados da arquitetura grega.[3] O Renascimento Grego estabeleceu-se a partir de 1780 especialmente em França, Grã-Bretanha e Alemanha, embora o período em que a tendência parecia prevalecer sobre outros estilos tenha sido as primeiras décadas do século XIX, quando entre outros, tornou-se popular nos Estados Unidos.

As elaborações teóricas

A afirmação da arquitectura neo-grega foi precedida e acompanhada de elaborações teóricas e debates culturais. Particularmente crucial para todo o neoclassicismo foi a diferenciação entre aqueles que defendiam a primazia da arquitetura romana, como Giovanni Battista Piranesi e aqueles que aspiravam a um purismo de inspiração grega, como Johann Joachim Winckelmann. A partir desta posição, a arquitectura neo-grega amadureceu como uma das duas almas do neoclassicismo e também a consciência da descontinuidade que o neoclassicismo estava a criar na tradição classicista que remonta ao Renascimento.

A redescoberta da arte grega deve estar relacionada com fenómenos mais gerais da cultura do século XVIII. As obras gregas pareciam severas e essenciais, aulicas e representativas pelas suas proporções, longe do decorativismo barroco, adequadas para representar a renovação cultural do Iluminismo e o desejo, presente sobretudo na cultura francesa, de renovar a disciplica arquitectónica em bases científicas, racionais e funcionalistas.[4]

Referências

  1. J. Turner (ed.), Encyclopedia of American art before 1914, New York, p. 198.
  2. A obra completa em quatro volumes, de James Stuart e Nicholas Revett, foi a principal ferramenta através da qual os arquitetos europeus aprenderam sobre a arquitetura grega, através de desenhos precisos e escrupulosos.
  3. N. Pevsner, J. Fleming, H. Honor, Dizionario diaarchitettura, Turim 1981, entrada "Neogreco".
  4. G. Simoncini, O regresso à arquitectura grega, in "A fortuna de Paestum e a memória moderna do dórico (1750-1830)", Centro DI, Florença 1986.
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